O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou na noite de hoje mais uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que passa a valer 14,75% ao ano. O corte já era previsto pelo mercado, segundo divulgou na segunda, dia 17, o Banco Central.
A última reunião do comitê, em maio, também decidiu pela redução de meio ponto percentual. A perspectiva da maioria dos economistas da iniciativa privada é de que os juros encerrem o ano em 14,25%, e caia para 13% no final de 2007.
O cenário para a inflação melhorou desde a última reunião, com destaque para a redução da volatilidade externa, resultados de inflação corrente abaixo das expectativas e indicadores favoráveis de atividade, como o baixo nível de utilização da capacidade instalada e o aumento dos investimentos.
Desde o encontro do Copom de maio
também reduziram-se as incertezas com relação à evolução dos juros nos EUA. Após o
último comunicado do Fomc, caiu a probabilidade de a taxa de juros americana subir para 6% neste ano, e as apostas migraram para um intervalo entre 5,25% e 5,5%. Com isso, houve redução da volatilidade nos mercados financeiros e recuperação dos preços dos ativos nos países emergentes.
Hoje, o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, disse que a inflação nos EUA está acima do esperado, devido às altas de preços das commodities, principalmente do petróleo, mas que os indicadores econômicos do país indicam que a economia continua em crescimento, embora em ritmo moderado. Ou seja, descartou o risco de estagflação – inflação sem crescimento econômico.
As reuniões do Copom eram mensais até o ano passado, mas o BC resolveu espaçá-las, a partir deste ano, para intervalos médios de 45 dias. Então, ao invés de 12 encontros do colegiado do BC, neste ano serão realizados apenas
oito.