| 19/07/2006 08h50min
O crescimento da intenção de voto na oposição indicado nas pesquisas forçou o PT a direcionar a campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o sul do país.
Com visitas agendadas ao Rio Grande do Sul, no dia 29, e a Santa Catarina, no dia 30, Lula tenta recuperar um eleitorado que lhe era cativo.
A agenda de campanha faz parte de uma estratégia da cúpula petista para tentar neutralizar o crescimento de Geraldo Alckmin (PSDB)
na região. Em Santa Catarina, Alckmin lidera as
pesquisas. No Rio Grande do Sul, Lula permanece na frente, mas empataria com o tucano no segundo turno. Preocupada com o desempenho e a elevada rejeição do presidente – 37% no Estado e 41% em Santa Catarina, segundo o Ibope –, a cúpula petista contratou dois institutos de pesquisa para identificar as fragilidades de Lula.
A incursão pelo Sul vinha sendo negociada com a direção do PT desde a convenção nacional do partido, no mês passado. O comando de campanha, porém, preferia concentrar esforços no Sudeste, berço de Alckmin, e no Nordeste, onde o favoritismo de Lula está consolidado. Com a reação tucana nas pesquisas, os planos mudaram. As visitas ao Sul foram incluídas entre as primeiras viagens de Lula. No próximo final de semana, o presidente participa de comícios em Pernambuco.
– Desde o início lutamos por essa data, mas estava difícil. A concorrência com os outros Estados é grande – comenta Valdeci Oliveira, prefeito licenciado de Santa Maria e
coordenador da campanha no Rio
Grande do Sul.
A insistência do PT gaúcho esbarrava ainda na resistência da direção nacional do partido em levar Lula a Estados onde o PMDB é adversário na eleição estadual. Em Santa Catarina, o candidato à reeleição Luiz Henrique já declarou apoio a Alckmin. No Rio Grande do Sul, Germano Rigotto se mantém neutro, mas Lula insiste numa aproximação. Há 10 dias, o presidente chegou a declarar apoio a Rigotto caso Olívio Dutra (PT) não passasse para o segundo turno. A declaração gerou um mal-estar no PT gaúcho, e Lula telefonou para Olívio, assegurando presença na campanha do ex-ministro ao Palácio Piratini. A confirmação da visita ao Estado seria um afago de Lula a Olívio. O PT nega a intenção.
– A finalidade da viagem é reafirmar o que todo mundo sabe: o apoio do presidente às candidaturas de Olívio e Miguel Rossetto (candidato ao Senado) – afirma o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana.
A agenda do presidente em territórios gaúcho e
catarinense será decidida hoje, durante
reunião dos coordenadores estaduais de campanha, na sede do partido em Brasília. No Rio Grande do Sul, Lula deverá percorrer a Região Metropolitana. A idéia é fazer caminhadas e pequenos comícios em pelo menos quatro cidades, aproveitando a facilidade de deslocamento entre os municípios. O roteiro leva em consideração a densidade demográfica e o alcance dos programas sociais do governo na região.