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 | 11/07/2006 19h37min

Tetracampeonato pode fazer escândalo acabar em pizza na Itália

Políticos importantes defendem penas brandas para os envolvidos

A pizza começa a ir para o forno na Itália. Entusiasmados pelo clima favorável depois do tetracampeonato conquistado na Copa do Mundo da Alemanha, importantes figuras políticas do país intensificam o discurso para que o escândalo exposto no último mês de maio não acabe em sonoras punições para os clubes mais importantes do Calcio.

Nesta terça, o ex-presidente italiano Silvio Berlusconi foi o primeiro a defender penas brandas para as equipes. Dentre os quatro clubes que correm risco de ser punido está o Milan, onde Berlusconi é o homem-forte.

– Não podemos punir os torcedores. As pessoas devem ser punidas, não os clubes – disse.

O ministro da Justiça da Itália, Clemente Mastella, foi ainda mais fundo. O dirigente fez questão de destacar a conquista no Mundial de Alemanha e usar o título como justificativa para colocar panos quentes na apuração.

– Vamos fazer o que faziam na Roma antiga: quem nos deu prestígio e dignidade deve ser tratado de maneira diferente, como alguém que fez algo exemplar – explicou Mastella.

Um dos maiores escândalos de toda a história do futebol italiano explodiu no início de maio. Grampos autorizados pela Justiça italiana deflagraram conversas suspeitas entre importantes figuras do futebol local – dentre elas, a principal era Luciano Moggi, diretor geral da Juventus e tido como cérebro de toda a operação.

O principal foco do Calciocaos era em relação à escala de arbitragens do Campeonato Italiano e mesmo da Copa dos Campeões da Europa. Representando a Juve, Moggi articulava para que árbitros de seu agrado apitassem os jogos da Vecchia Signora. No entanto, a negociação suspeita de jogadores também chamou a atenção dos investigadores, tanto que o goleiro Buffon e o zagueiro Cannavarro, campeões mundiais pela Itália, tiveram que ser ouvidos durante a Copa do Mundo.

Ao todo, além da Juventus, outros três clubes – Milan, Fiorentina e Lazio – correm risco de serem rebaixados para divisões inferiores do futebol italiano e, conseqüentemente, perderem suas vagas em competições européias na próxima temporada. Outras 26 pessoas também estão sendo acusadas de participarem do escândalo e podem até ser banidas do futebol.

A decisão sobre o caso, no entanto, deverá ficar demorar alguns dias ainda. As especulações da imprensa local dão conta que uma decisão sobre o recente escândalo da manipulação de escalas de arbitragem e transferências de jogadores só irão ser anunciadas na próxima quinta.

O presidente da Comissão de Apelação Federal (CAF), Cesare Ruperto, teria pedido que o local onde ocorrem as deliberações sobre o caso, em Roma, ficasse aberto até a próxima quinta. Inicialmente, a decisão sobre o caso deveria ter sido revelada na segunda, um dia depois de a Itália ter conquistado o tetracampeonato mundial, na Alemanha.

GAZETA PRESS
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