| 11/07/2006 10h40min
Apenas três ou quatro estados do país estão fora do esquema de venda superfaturada de ambulâncias e equipamentos de saúde da empresa Planam, investigada na Operação Sanguessuga da Polícia Federal. A informação foi dada pelo presidente da CPI dos Sanguessugas, Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).
– É um esquema com ramificações em todo o país – disse Biscaia. Biscaia está no Mato Grosso, junto com outros integrantes da comissão para acompanhar o depoimento que o empresário Luiz Antônio Vedoin, da empresa Planam, está prestando ao juiz da Segunda Vara Federal de Cuiabá, Jefferson Schineider. Para o parlamentar, o depoimento que começou na segunda-feira da semana passada é um fato inédito no Poder Judiciário que decidiu colaborar. – Ele está revelando, em detalhes, todo o esquema da quadrilha criminosa. Não tenho dúvida de que esse depoimento, no momento em que puder ser revelado, será uma prova inquestionável e vai responsabilizar, em toda essa trama criminosa, um número grande de parlamentares federais – afirmou o deputado. O deputado acrescentou que o empresário, que recebeu a prerrogativa de delação premiada, além de revelar fatos, tem apresentado documentos: – Muitas vezes para obter o benefício da delação premiada a testemunha começa a revelar fatos que não consegue comprovar. Neste caso é completamente diferente. Cada um dos episódios que é revelado vem acompanhado de uma farta documentação, que tem sido apresentada independentemente daquela que já tinha sido apreendida pela Polícia Federal. – comentou. Para o parlamentar, é possível que a comissão conclua o seu trabalho ainda nos primeiros dias de agosto, como era o objetivo inicial dos integrantes. Biscaia afirmou que, como qualquer fato que revela a participação de parlamentares o resultado do depoimento será um abalo muito forte no Congresso Nacional. Ele voltou a defender a necessidade de garantir a abertura de processos de cassação de parlamentares envolvidos apesar da eleição de outubro. – Já temos a convicção de que as dificuldades serão imensas para iniciar qualquer processo de cassação, ainda nesta legislatura. Temos que sustentar o ponto de vista de que se o fato comprova quebra de decoro e se um desses parlamentares obtiver a reeleição nós devemos defender o prosseguimento na próxima legislatura ou até o início de um processo de cassação já a partir de 2007. AGÊNCIA BRASIL