| 04/07/2006 16h05min
O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que a máfia descoberta pela Polícia Federal não atuava apenas no Ministério da Saúde, fraudando a compra de ambulâncias com recursos de emendas ao Orçamento Geral da União. De acordo com o parlamentar, os criminosos também agiam no Ministério da Educação e de Ciência e Tecnologia.
Segundo Jungmann, o grupo influenciava a compra de transporte escolar para prefeituras financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Já no Ministério de Ciência e Tecnologia, o esquema envolvia verbas destinadas à inclusão digital. – É lamentável tudo isso que aconteceu. Permita-me este desabafo, depois dessas horas que acompanhei de depoimento – disse Jungmann. A CPI dos Sanguessugas ouve o procurador da República do Mato Grosso, Lúcio Avelar, e o delegado da Polícia Federal, Tardelli Boaventura. Os dois foram responsáveis pelo início das investigações sobre o esquema de fraudes envolvendo empresários, parlamentares, funcionários públicos e prefeitos. Os depoimentos são secretos. Raul Jungmann disse que, pelos relatos feitos hoje, não é possível ter uma dimensão clara de quem operava a quadrilha e como ela agia. No entanto, seria possível perceber que pelos menos 300 prefeituras e aproximadamente 60 parlamentares estariam envolvidos no caso. Para o deputado do PPS, existem brechas na legislação que permitem hoje fraudes nas emendas ao Orçamento. Jungmann defende mudanças urgentes. AGÊNCIA BRASIL