| 03/07/2006 20h22min
A má condição física dos jogadores brasileiros na Alemanha era conhecida pela Comissão Técnica. Só não foi revelada. E quando o técnico Carlos Alberto Parreira comentou que o time estava prejudicado no seu físico diante dos franceses ele quis dizer que os jogadores brasileiros têm menos porte que os rivais da França.
Essas foram algumas das explicações e conclusões do preparador físico Moraci Sant'Anna, que desembarcou nesta segunda em São Paulo. Esconder a condição física do time foi uma estratégia da comissão, com o aval de Parreira. Não é coisa nova no futebol. O procedimento também e adotado nos clubes.
– Fizemos todos os exames necessários para avaliar os jogadores e só não divulgamos seus resultados. Isso é normal no esporte. Não interessa para ninguém a condição desse ou daquele atleta. O que importa é que tentamos fazer o melhor para recuperar todos eles a tempo da disputa – disse.
Moraci e o técnico Parreira trabalharam simultaneamente na Alemanha nesses quase 30 dias. Enquanto o fôlego dos jogadores era aprimorado por Moraci, as formações táticas começavam a ser ensaiadas por Parreira, sem desgaste físico. Foi assim até um dia antes da eliminação do Brasil. A Seleção nunca treinou para valer.
– O Parreira sempre se preocupou com a parte tática. Os atletas chegaram para a Copa depois de muito desgaste da temporada européia. A bem da verdade é que tivemos nove sessões de treinamento físico apenas. Nove sessões e não nove dias. É muito pouco – destacou Moraci.
A conta nunca fechou para o preparador físico da Seleção Brasileira. Eram situações adversas na formação de uma equipe credenciada como a melhor da Alemanha. Moraci teve pouco tempo para trabalhar e os jogadores chegaram para a Copa num nível diferenciado de condicionamento. Resultado: o time nunca correu numa mesma passada. Enquanto Ronaldo começou abaixo da crítica, gordo, pesado, paradão na frente, Kaká se valia de seus últimos suspiros da temporada. Ronaldo melhorou depois e Kaká decaiu. Foi assim até o fim.
Agência Estado