| 01/07/2006 22h53min
– Que jogador esse Zidane! A França mereceu.
A frase é do cronista Luiz Fernando Veríssimo, que esteve presente no Waldstadion na derrota e conseqüente eliminação brasileira diante dos franceses, mas expressa bem o sentimento de grande parte das pessoas que assistiram ao jogo. O talento do meia Zinedine Zidane é inquestionável, e foi enaltecido pelo técnico semifinalista Raymond Domenech durante a entrevista coletiva concedida após a vitória sobre o Brasil.
– Eu conheço o Zidane. Vocês podem ter se surpreendido. Mas eu sei do que ele é capaz – declarou.
Dono de respostas fortes, Domenech foi direto ao ser questionado sobre a escalação de Ronaldo pelo colega Carlos Alberto Parreira como uma espécie de único atacante:
– Isso é problema dos brasileiros, não meu. Eu me preocupei em moldar minha equipe da melhor forma possível para atuar contra o que o técnico rival colocou em campo – disse.
O técnico manteve o tom educado, mas irônico, ao ser questionado sobre o que iria fazer “agora”:
– Agora nada. Vou dormir – afirmou, mostrando tranqüilidade em relação ao próximo jogo. – Conheço o trabalho dele (Felipão). E tenho três ou quatro dias para me preparar.
Zidane, avesso à entrevistas, se negou a falar ao receber o troféu de melhor em campo dado pela Fifa. Pegou o caneco e, como se driblasse os atletas brasileiros, foi embora. Mas, cá entre nós: hoje ele não precisa falar mais nada.
FERNANDA ZAFFARI, DE FRANKFURT / ESPECIAL CLICRBS