| 08/06/2006 11h48min
Policiais federais e militares, armados com metralhadoras e fuzis, fazem a segurança do Aeroporto de Presidente Prudente, a 565 km da capital paulista, onde desembarcarão os deputados da CPI do Tráfico de Armas, que vão à penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes ouvir o preso Marcos Camacho, o Marcola. O detento é acusado de chefiar o crime organizado em São Paulo e ser o mandante dos ataques de terror ao Estado ocorridos entre 12 e 20 de maio.
Viaturas da Polícia Federal estão até mesmo na pista do aeroporto. Marcola está detido em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que mantém o preso em cela individual e sem contato com o mundo externo. Os nove deputados e sete técnicos da CPI do Tráfico de Armas querem saber se Marcola negociou ou não com autoridades do governo paulista o fim dos ataques. No dia 14 de maio, dois dias depois do início dos ataques a São Paulo, a advogada Iracema Vasciaveo foi levada em avião do governo paulista até Presidente Bernardes, numa reunião com representantes da polícia e da Secretaria de Administração Penitenciária. O governo paulista acabou confirmando a reunião depois de um dia inteiro desmentindo que ela tivesse ocorrido, mas nega que tenha feito a Marcola alguma concessão para que ele mandasse suspender os ataques. Iracema Vasciaveo não é advogada oficial de Marcola. Ela integra uma ONG que, em teoria, defende o direito dos presos e de seus familiares. Ao comentar sobre o uso do avião oficial, Iracema disse que foi 'um gesto de boa vontade' do governo paulista. AGÊNCIA O GLOBO