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 | 30/05/2006 06h41min

Barrabravas serão vigiados por polícia argentina na Alemanha

Mais de 150 Barrabravas – como são conhecidos os hooligans  argentinos – estão fazendo as malas para desembarcar daqui a alguns dias na  Alemanha para apoiar a seleção deste país. No entanto, conhecidos por sua violência  e fortes vínculos com grupos políticos, serão vigiados de perto por um pequeno grupo da Polícia Federal argentina, que colaborará com a polícia alemã para  evitar que causem distúrbios durante a Copa do Mundo.  

Os policiais argentinos fiscalizarão aeroportos, estações de trens, arredores  das concentrações das seleções e entradas de estádios para verificar a presença  dos torcedores. A Polícia argentina já remeteu às autoridades alemãs um banco de dados com 8 mil fichas de pessoas envolvidas nos últimos anos em toda espécie  de infrações e delitos cometidos nos estádios. Com estas informações, a alfândega  germânica poderia identificar e impedir a entrada dos Barrabravas.  

No entanto, especula-se no âmbito esportivo que dezenas de torcedores, para  driblar a vigilância conjunta, poderiam desembarcar na Espanha ou na Itália, para dali dirigir-se ao território alemão por via terrestre. Os Barrabravas  também estariam tentando furar o bloqueio com a ajuda de políticos das empobrecidas  cidades da Grande Buenos Aires, com os quais possuem fortes vínculos.  

Para reduzir as chances desses torcedores, o governo Kirchner impedirá a saída  de torcedores que estejam sendo atualmente processados na Justiça. O governo  está preocupado em evitar que o comportamento deles cause danos à imagem da  Argentina na Europa, que está bastante prejudicada desde a crise de 2001, quando  o país foi cenário de saques aos comércios e revoltas populares.  

A Polícia e o governo especulam que um dos momentos de maior perigo poderia  ser no dia 21 de junho, data do jogo da Argentina com a Holanda, país que também conta com uma torcida agressiva.  Além disso, não se descarta que os torcedores  argentinos protagonizem no exterior os tradicionais conflitos que mantêm dentro  de território argentino, já que o contingente não é homogêneo.  

A maior parte dos barrabravas seriam integrantes da temida "La Doce" (A Doze),  como é conhecido o setor violento da torcida do Boca Juniors. Outros provêm  da torcida do River Plate - "Los Borrachos del Tablón" (Os Bêbados da Arquibancada)  – e de outros times.   A preocupação do governo tem seus motivos, já que o grupo que viajaria à Alemanha  é o maior de toda a história deste país. O primeiro grande grupo – composto  por 50 pessoas – assistiu à Copa da Espanha, em 1982. O contingente, vinculado  à Ditadura argentina, viajou com a diretriz de atacar qualquer grupo que criticasse nos estádios o regime militar que governava a Argentina na época. Na Copa seguinte,  no México em 1986, o número de barrabravas havia subido para uma centena. Na  ocasião, enfrentaram-se com os hooligans ingleses após o famoso gol de Diego Armando Maradona feito com a mão. Em 1998, 120 barrabravas viajaram à França. Na cidade de Marselha causaram graves  distúrbios. Em 2002, em plena crise econômica, os torcedores não tiveram fundos  para poder viajar até o Japão.

Agência Estado
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