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 | 24/05/2006 21h42min

CPI acredita que advogados fazem parte do PCC

Maria Cristina Rachado teria visitado Marcola quatro vezes

A CPI das Armas acredita ter provas de que os advogados Maria Cristina Rachado e Sergio Wesley da Cunha façam parte do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que ordenou os ataques a bases policiais, ônibus e bancos de São Paulo. Maria Cristina teria visitado Marcos Camacho, o Marcola, líder do PCC, quatro vezes este ano. A identidade dela na OAB está nos registros dos presídios. A advogada esteve uma vez no presídio de Presidente Bernardes e três, em Avaré. Também visitou outros seis chefes da facção criminosa, o que, para a CPI, prova que ela é integrante da quadrilha.

– Os dois advogados fazem parte da facção criminosa e, no caso específico da advogada, ela deve servir como pombo correio na medida em que ela os visita e vai de um para outro – aponta o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-relator da CPI das Armas.

Já está nas mãos da CPI uma parte do livro caixa da facção criminosa. No documento, costa o registro de um pagamento de R$ 10 mil para visita de advogado, em janeiro de 2005. A CPI suspeita que o dinheiro tenha sido pago a Maria Cristina. A contabilidade da facção detalha ainda o pagamento de armas, drogas, velórios de comparsas e crimes por encomenda. A arrecadação está dividida em várias regiões de São Paulo e chegava a mais de R$ 400 mil por mês no ano passado.

Nesta terça-feira, na acareação, Maria Cristina e Cunha trocaram acusações. Mas a CPI está certa de que eles são parceiros. Um pedido de indiciamento de Cunha, por estelionato, ficou parado mais de um ano, numa delegacia onde o chefe era José Rachado, marido de Maria Cristina.

– O juiz de lá mandou indiciar, já denunciou e a polícia de São Paulo ainda não fez o indiciamento do senhor Sérgio Wesley Cunha – afirmou o deputado Arnaldo Paria de Sá (PTB-SP).

A advogada Maria Cristina Rachado negou as acusações da CPI. O advogado Sérgio Wesley da Cunha não foi encontrado. A CPI vai fazer nesta quinta-feira uma nova acareação entre os dois e o ex-funcionário da Câmara, Arthur Vinicius Pislatre – que confessou ter vendido gravações de um depoimento sigiloso da CPI, por R$ 200, aos dois advogados.

AGÊNCIA O GLOBO
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