O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, pediu também à seccional do Distrito Federal que abra um processo de investigação contra os advogados Maria Cristina de Souza e Sérgio Wesley da Cunha, que representam integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles são acusados de comprar a gravação de depoimentos secretos feitos na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o tráfico de armas. Na última sexta-feira, Busato pediu à seccional da OAB de São Paulo, onde os advogados são registrados, pedido de abertura de processo.

Ele explicou que a seccional do DF foi incluída pelo fato do ato objeto da acusação ter supostamente ocorrido na capital federal. A decisão foi baseada em pedido feito pelo presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), que pediu à OAB a suspensão dos registros profissionais dos advogados paulistas, o que, nesses casos, tem amparo no regulamento da Ordem.

Para o presidente da OAB, a instituição está disposta a processar internamente através de suas seccionais qualquer um de seus membros que comprovadamente tenham infringido os regulamentos.

Busato diz não aceitar "que eles sejam responsabilizados pelo transporte de armas ou telefones para dentro dos presídios, antes de qualquer comprovação". Segundo ele, a OAB não é contra o uso de instrumentos eletrônicos, como detectores de metal, mas afirmou que não pode "apoiar revistas constrangedoras a esses profissionais".