| 19/05/2006 07h20min
As conversas sobre a candidatura do senador Pedro Simon (PMDB) à Presidência se tornaram mais intensas nos últimos dias. Ontem, em Brasília, um grupo de peemedebistas, entre eles o deputado Cezar Schirmer e o vereador da Capital Ibsen Pinheiro, deram novo impulso à proposta, que tem aval do ex-governador do Rio Anthony Garotinho.
Certo de que não terá o apoio do PMDB para disputar a Presidência da República, Garotinho decidiu apoiar Simon e pleitear a vaga de vice para si.
No sábado, durante a convenção em que a maioria dos diretórios do PMDB decidiu não lançar candidato próprio, Garotinho disse que abriria mão de concorrer em favor de Simon. A intenção do ex-governador é impor uma derrota ao grupo governista do partido.
Garotinho acusa os governistas – defensores de uma aliança informal com o PT em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – de terem atuado para desmoralizá-lo. Como resposta, quer jogar o seu peso político para dar o troco e impor ao partido a candidatura do senador.
O diretório de São Paulo já teria dado o sinal verde. O ex-governador paulista Orestes Quércia foi informado pelo ex-presidente Itamar Franco de que ele desistirá da candidatura à Presidência para disputar o Senado. Com isso, o caminho ficaria livre para o apoio a Simon.
Os senadores Ramez Tebet (MS), Almeida Lima (SE) e Amir Lando (RO) também se manifestaram favoráveis à candidatura de Simon. Almeida Lima conversou por telefone com Garotinho na segunda-feira e disse que ele estaria disposto a apoiar Simon, considerando que o gaúcho pode unir mais o partido:
– Garotinho já está em campo pela candidatura de Simon.
Na segunda-feira, Clarissa Matheus, filha de Garotinho, havia reafirmado à Juventude do PMDB gaúcho o apoio da família a Simon. O senador não desautoriza as conversas em torno do seu nome. A interlocutores, Simon disse que gostaria de entrar na disputa para representar o PMDB.
A avaliação é de que a candidatura de Simon praticamente obrigará peemedebistas históricos – hoje contrários à candidatura própria por não terem confiança política em Garotinho – a apoiá-lo. É o caso do ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos e do governador Germano Rigotto. Diferentemente de Garotinho, o senador tem raízes no PMDB.
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