| 17/05/2006 20h37min
As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, referentes à crise de violência que se abateu sobre São Paulo, fizeram esquentar o debate no Plenário do Senado nesta quarta-feira. Como resultado, foi rompido o acordo de líderes para liberar a pauta. Portanto, não pode ser votada a indicação da procuradora Cármen Lúcia Antunes Rocha, do Estado de Minas Gerais, para ministra do Supremo Tribunal Federal. A próxima sessão deliberativa ocorrerá nesta quinta-feira, às 14h.
A oposição passou a obstruir no Senado a apreciação de cinco medidas provisórias que estão na pauta de votações. O motivo, segundo o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), se deve às declarações de Tarso, de que o governo de São Paulo teria preferido negociar com o Primeiro Comando da Capital (PCC) a aceitar a ajuda do governo federal para suspender a onda de violência no Estado, que começou na última sexta-feira.
Ao tomar conhecimento das declarações de Tarso Genro, o líder tucano foi à tribuna exigir uma retratação do ministro pelas declarações. Num aparte, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), pediu a demissão do ministro e defendeu a suspensão do diálogo entre oposição e governo.
– Ele é um irresponsável, leviano que só pensa em poder. Temos que cortar o diálogo com este governo – afirmou Jereissati.
A líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), questionou se o plenário do Senado quer entrar na discussão de um eventual acordo entre o governo de São Paulo e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo ela, se houve acordo, a situação é muito grave.
AGÊNCIAS BRASIL E SENADO