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 | 14/05/2006 19h10min

Advogado do PCC diz que polícia não vai deter ataques

Defensor de integrantes da facção teme que reação gere mais violência

O advogado Anselmo Neves Maia, que defende integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmou que a polícia e o governo de São Paulo não conseguirão deter a onda de violência deflagrada por membros presos da facção. Em declaração à Agência Reuters Maia afirmou que a tentativa policial de reagir à violência é "insana".

Maia, que se diz amigo do principal líder do grupo, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, disse que as ações são uma reação natural dos presos às más condições de detenção em São Paulo. Ele acrescentou que é preciso mais investimentos em áreas sociais para diminuir a pobreza e a criminalidade.

O advogado afirmou que o uso da força policial pode aumentar a tensão e gerar mais violência. O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, já disse que o governo vai reagir e que "não vai se dobrar ao crime".

Desde sexta-feira mais de 50 pessoas – dentre as quais 35 agentes de segurança pública – foram mortas em ataques a bases da polícia em todo o Estado em represália à transferência de detentos que estavam na capital paulista para prisões mais afastadas.

Maia já foi preso acusado de formação de quadrilha juntamente com membros do PCC. Ele foi candidato a deputado federal pelo PMN e uma de suas propostas de campanha era dar aos presos direito ao voto. De acordo com o Globo Online, apesar de se dizer amigo dos integrantes da facção criminosa, o advogado se disse surpreso com a violência dos ataques.

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