| 08/05/2006 12h20min
O secretário-geral do Partido dos Trabalhadores (PT), Raul Pont, disse que não há seriedade, legitimidade ou autoridade nas declarações dadas pelo ex-secretário geral do partido, Sílvio Pereira, ao jornal O Globo , sobre o esquema de Marcos Valério. Segundo Pereira, o empresário mineiro teria o objetivo de obter R$ 1 bilhão em quatro áreas: Banco Econômico, Banco Mercantil de Pernambuco, Opportunity e passivos na área agropecuária.
– Certamente a oposição vai querer requentar o assunto, mas não vejo nenhuma possibilidade de agregar alguma coisa nova ao processo que já passou pela CPI e foi encaminhado pelo procurador-geral à Justiça. Cabe a ele se apresentar ao Procurador Geral ou ir à Polícia Federal para dizer se tem algum outro elemento – afirmou o secretário-geral do PT, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional. Segundo Pont, Sílvio Pereira fugiu do partido e não há lógica em dizer agora que deixou de ser ouvido pelos dirigentes do PT. – Ele e o Delúbio foram os principais responsáveis pelo esquema do Marcos Valério e deverão responder não só no PT, mas também na Justiça pelos atos que praticaram. Para o secretário, ao mencionar os nomes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do senador Aloísio Mercadante; do ex-presidente do PT, José Genoíno; e do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu como responsáveis pelas ações do partido, Sílvio Pereira quis se referir à hegemonia que representava o Campo Majoritário dentro PT, do qual faziam parte. – Num partido político as pessoas sempre falam por maiorias conquistadas. Neste sentido, dizer que estas pessoas tinham a hegemonia na direção política do partido é público e notório, mas daí tirar ilações que o Mercadante ou o próprio Lula organizaram o esquema de buscar recursos fora do partido com empresários corruptos é extrapolar o sentido que tem a frase – avaliou Pont. AGÊNCIA BRASIL