| 08/05/2006 07h
Parlamentares que apresentaram emendas ao Orçamento da União entre 2004 e 2005 para a compra de ambulâncias terão seus nomes divulgados amanhã pelo presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Gilmar Machado (PT-MG). O valor total das emendas chega a R$ 250 milhões.
A lista com o nome de 135 parlamentares é encabeçada pelo líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), e por três integrantes da Mesa da Câmara, João Caldas (PL-AL), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Nilton Capixaba (PTB-RO), que já vinham sendo investigados pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia Federal (PF).
Os três fazem parte de uma lista de 64 parlamentares (63 deputados e um senador) suspeitos de participar do esquema fraudulento de compra de ambulâncias desmantelado pela PF em uma ação batizada de Operação Sanguessuga. De 2000 a 2006, a fraude consumiu cerca de R$ 110 milhões no Fundo Nacional de Saúde. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) prometeu para hoje providências em relação aos parlamentares e funcionários investigados na operação.
O levantamento da Comissão de Orçamento também será encaminhado à Procuradoria Geral da República como contribuição às investigações da operação que já resultou na prisão de 47 pessoas, incluindo ex-deputados, assessores, empresários e funcionários do governo.
O presidente da Comissão também colocou à disposição do MP e da PF uma senha de acesso do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Machado pretende propor a inclusão de regras mais duras para as transferência de recursos para entidades privadas e ONGs na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2007. Ontem, um novo suspeito de participar do esquema se entregou à PF em Cuiabá: o representante em Brasília da Associação dos Municípios de Mato Grosso, José Wagner dos Santos.
Os grampos telefônicos realizados pela Operação Sanguessuga mostram que o grupo preso sob acusação de fraude também atuava em outras áreas, como em obras hospitalares. Nas conversas entre Darci Vedoin, dono da Planam, a principal fornecedora de ambulâncias, e de Maria da Penha, que atuava no Ministério da Saúde, fica claro que os dois tratavam também das obras em hospitais.
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