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As principais ruas do centro de Buenos Aires registraram grande congestionamento na tarde desta quarta-feira, dia 21, devido à greve geral convocada pela Central Geral dos Trabalhadores (CGT), a maior central sindical do país. É a primeira greve geral que o presidente Eduardo Duhalde enfrenta desde que tomou posse, em 1º de janeiro.
Duhalde convocou reunião de emergência nesta quarta com todo o Gabinete de ministros para discutir as alternativas para o "corralito' (restrição aos saques bancários) e à possibilidade de renúncia do presidente do Banco Central, Mário Blejer.
Os protestos ocorreram nas avenidas próximas ao Congresso e na Praça de Maio, onde fica a sede do governo argentino. Os manifestantes exigiram medidas para a criação de empregos e a eliminação da pobreza que já atinge quase metade da população.
Para permanecer no cargo, Blejer exige a aprovação urgente no Congresso de uma lei de imunidade para a diretoria do BCRA. Como será necessário avançar na fusão de bancos e na reestruturação do sistema financeiro, Blejer teme enfrentar uma onda de processos judiciais de instituições e de poupadores. Além disso, questiona uma série de pontos na política econômica conduzida pelo atual ministro da Economia, Roberto Lavagna. A expectativa é de que, caso Blejer saia, toda a diretoria do BCRA iria com ele. Segundo avaliação do jornal Ámbito Financiero, esta renúncia representaria duro golpe nas conversações mantidas pela Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Blejer foi funcionário do fundo por 20 anos.
Nesta quarta, o ministro argentino das Relações Exteriores, Carlos Ruckauf, adiantou que os países europeus só iniciarão negociações em matéria comercial e sobre empréstimos para a Argentina depois que o país firmar um acordo com o FMI. A crise argentina custou até agora cerca de 12,3 bilhões de euros (US$ 10,9 bilhões) às principais empresas espanholas instaladas no país, onde são os principais investidores europeus, afirmou o jornal econômico madrilenho "Expansión''.
Cerca de 9 bilhões de euros (US$ 8,1 bilhões) correspondem ao exercício de 2001 e o restante ao primeiro trimestre do ano, afirma o jornal. De acordo com a reportagem, o grupo petroleiro Repsol YPF teria sido o mais afetado pela crise econômica argentina, seguido da Telefónica.