| 19/04/2006 13h41min
O delegado da Polícia Federal que investiga a quebra de sigilo ilegal do caseiro Francenildo Santos Costa, Rodrigo Carneiro, deve entregar nesta quarta-feira o relatório parcial do inquérito à 10ª Vara de Justiça Federal. Ele vai pedir mais 30 dias de prazo para a conclusão das investigações. Até o momento, três pessoas foram indiciadas no caso: o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, por quebra de sigilo funcional e bancário, o ex-assessor de imprensa do ministro, Marcelo Netto, por quebra de sigilo bancário, e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, por quebra de sigilo funcional. Palocci pode ainda ser indiciado pelos crimes de prevaricação e denunciação caluniosa.
Na última segunda-feira, a Polícia Federal pediu a quebra do sigilo telefônico de Marcelo Netto. As informações serão referentes aos dias anteriores e posteriores à quebra do sigilo bancário do caseiro. Netto é acusado de ter divulgado os dados bancários de Francenildo para a imprensa. Ele esteve no dia de 16 de março na casa do ex-ministro da Fazenda, data em que Jorge Mattoso informou ter entregado cópia do extrato de Francenildo a Palocci. O secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, e o chefe de gabinete do Ministério da Justiça, Cláudio Alencar, também estiveram na casa de Palocci no mesmo dia. Em depoimento à Polícia Federal, os dois confirmaram ter visto Marcelo Netto no local. Nesse dia, Goldberg e Alencar afirmaram que Palocci lhes disse que tinha informação de que havia dinheiro na conta de Francenildo incompatível com a renda dele. No início da semana, o advogado de Francenildo entrou na Justiça Federal com um processo por danos morais contra a Caixa. Ele pede indenização de R$ 17,5 milhões por causa da quebra do sigilo bancário do seu cliente. O sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa foi quebrado sem autorização judicial depois que ele afirmou na CPI dos Bingos ter visto Palocci na casa alugada pelo ex-assessor do ministro, Vladimir Poleto, em Brasília. A casa seria usada para negociação entre ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto na gestão de Palocci. AGÊNCIA O GLOBO