| 11/04/2006 18h06min
O presidente Lula aparece à frente dos adversários nas recentes pesquisas de opinião porque o país "tem emprego, tem credibilidade internacional, tem combate à pobreza e tem comida barata para a população".
A avaliação é do ex-ministro Chefe da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu (PT), que proferiu uma palestra em Florianópolis nesta terça-feira, durante um congresso da Federação dos Trabalhadores no Comércio de SC (Fecesc).
Depois da conferência, que foi fechada à imprensa e contou com a presença de cerca de 100 pessoas, José Dirceu concedeu entrevista coletiva na qual defendeu o governo federal, alegou que o mensalão "nunca existiu", afirmou que vai "fazer de tudo para reeleger o Lula" e anunciou sua disposição de voltar à cena política.
– Vou lutar para anular a sessão da Câmara que me condenou, e no ano que vem várias entidades, várias personalidades vão fazer uma campanha pela minha anistia. Já fui procurado por dezenas de entidades, de personalidades que me apóiam – avisou Dirceu, sem citar nomes.
Acompanhado apenas por membros da Fecesc, pois nenhuma dirigente do PT catarinense prestigiou sua palestra, Dirceu avisou que vai ficar "afastado" da campanha eleitoral e que sua prioridade agora é defender-se das acusações de supostamente ter sido o coordenador do esquema do mensalão.
– O que está mais que provado é que o dinheiro (retirado na boca do caixa por vários deputados) foi emprestado dos dois bancos (Rural e BMG) pelas empresas do Marcos Valério e repassados para o PT, que repassou ou para integrantes ou para outros partidos em função de campanha eleitoral. Não tem nenhuma prova de que isso foi mensalão – garantiu o ex-ministro.
JOÃO CAVALLAZZI / DIÁRIO CATARINENSE