| 06/04/2006 12h50min
Os parlamentares do Conselho de Ética da Câmara que assinaram um documento de renúncia coletiva mudaram de idéia e decidiram permanecer no órgão. Depois de anunciar que deixariam o colegiado em protesto contra a absolvição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pelo plenário ontem à noite, os deputados foram convencidos pelo presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), a permanecer pelo menos até o julgamento do processo de quebra de decoro parlamentar de Vadão Gomes (PL-SP), previsto para ser concluído até o fim do mês.
Os nove parlamentares e o deputado Edmar Moreira (PFL-MG) – que não havia assinado o documento mas prometera deixar o Conselho também – admitem permanecer até a conclusão do caso de José Janene se o processo contra o ex-líder do PP voltar a tramitar no Conselho. Neste momento, o caso está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos líderes da rebelião, negou que os parlamentares tenham recuado:
– Não se trata de um recuo nem de uma renúncia precipitada. Pelo contrário, estamos valorizando o trabalho, mas vamos atender ao apelo do presidente – disse.
Ricardo Izar disse que todos estão indignados com as seguidas rejeições pelo plenário dos relatórios aprovados no Conselho e que não aceitou a renúncia dos parlamentares. Em uma reunião que durou cerca de uma hora, o petebista conseguiu demover os colegas.
– Disse aos deputados que não podemos fugir da raia. O Conselho de Ética faz um trabalho digno, honrado e transparente e não podemos jogar isso fora dessa maneira – disse Izar.
AGÊNCIA O GLOBO