| 28/03/2006 14h53min
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), afirmou hoje que as "visões diferenciadas sobre os saques e a formação de caixa dois" e as posições divergentes sobre "o foco do mensalão e os indiciamentos" podem causar tumulto na reunião de amanhã, quando deverá ser lido o relatório final da CPI. Ele não descartou a possibilidade de existência de um relatório paralelo elaborado por parlamentares da base governista.
– Pode acontecer sim, apesar de não ser regimental. Mas é fundamental aprovar um relatório conclusivo – disse. Primeiro com a leitura adiada por uma semana e agora por mais um dia, o relatório final da CPI ainda não tem, portanto, consenso para ser aprovado. Delcidio informou que o atraso na apresentação do texto decorreu de um pedido do relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). – O relatório é complexo e o Osmar está fazendo um trabalho rigoroso. Ele precisou de mais um dia para revisar pontos, olhar algumas questões e trocar informações com a assessoria técnica – explicou. O parlamentar não quis pronunciar-se sobre o teor do documento, ou sobre se haverá citações – e como ela seriam feitas – ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao seu filho, Fábio Luiz Lula da Silva. Serraglio já afirmou, em uma entrevista à revista Veja, que Lula poderia ser citado por ser "conivente" com o mensalão. Esse é um dos pontos do relatório sobre os quais há grande divergência. – Estamos procurando discutir para chegar a um consenso, mas se não tiver esse consenso, vai a voto – explicou. A leitura do documento está marcada para as 12h desta quarta-feira. AGÊNCIA SENADO