| 27/03/2006 15h37min
O consultor da presidência da Caixa Econômica Federal, Ricardo Schumann, disse que entregou o extrato do caseiro Francenildo dos Santos diretamente ao presidente da Caixa, Jorge Mattoso e que teria partido de Mattoso o pedido para a retirada do documento. A admissão do crime teria sido feito pelo consultor em depoimento à PF hoje.
Segundo a PF, o crime seguiu uma cadeia de comando, iniciada pelo consultor, que teria dado ordem a uma superintendente da Caixa, que pediu a um operador que retirasse o extrato da conta de Francenildo. A polícia ainda investiga se o pedido veio de pessoas que não trabalhem no banco. Neste momento, o presidente da estatal, Jorge Mattoso, presta depoimento na sede da Polícia Federal.
Uma cópia de extratos bancários de Francenildo foram publicados pela revista Época, na edição da semana passada. Os dados sobres sua conta mostram que ele recebeu, desde o início do ano, R$ 38.860. O caseiro justificou a movimentação financeira dizendo que é filho bastardo do empresário Euripedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina, e que teria recebido o dinheiro dele. Soares nega ser o pai do caseiro, mas confirma que fez os depósitos. O dinheiro seria parte de um acordo para reconhecimento de paternidade.
Francenildo havia afirmado que viu Palocci em uma mansão em Brasília por "10 ou 20 vezes". A casa foi alugada por Vladimir Poleto, um dos assessores de Palocci, na época em que ele foi prefeito de Ribeirão Preto (SP). Atualmente, o ex-assessor é investigado pela CPI por suspeita de tráfico de influência no governo federal. Em resposta ao caseiro, a assessoria do Ministério da Fazenda reafirmou que o ministro nunca esteve na casa e disse que ele não dirige em Brasília e, por isso, sempre se utilizou na cidade de carro guiado por motorista particular ou oficial.
Jorge Mattoso é aguardado para depor ainda nesta tarde na PF. Os demais funcionários envolvidos, que teriam recebido a ordem do consultor – a superintendente Sueli Aparecida Mascarenhas e o gerente Jeter Ribeiro, confirmaram a participação na operação, mas disseram que apenas cumpriram ordens. RÁDIO GAÚCHA E AGÊNCIAS BRASIL E O GLOBO