| 10/03/2006 17h50min
A compra de dólares pelo Banco Central no mercado à vista não foi suficiente para elevar a cotação hoje, novamente. A moeda americana encerrou o dia com queda de 1,06%, a R$ 2,136 na compra e R$ 2,138 na venda. Foi a segunda queda consecutiva em uma semana que começou conturbada, com a perspectiva de alta dos juros nos Estados Unidos, Europa e Japão. Até quarta-feira, o dólar acumulava alta de 3,5% na semana. Com as recentes quedas, a valorização ficou em 1,23%.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa deve recuperar nesta sexta-feira parte das perdas acumuladas na semana. Às 17h, o índice subia 1,24%, para 36.764 pontos. Na máxima, chegou a subir 2,34%, para 37.161 pontos.
No leilão de hoje, o Banco Central aceitou 12 propostas, segundo operadores. A taxa de corte foi de R$ 2,143. Foi a terceira compra do BC nesta semana. Desde terça-feira, no entanto, a autoridade monetária não realiza o tradicional leilão de swap cambial reverso, que ocorria diariamente desde o início de dezembro. Segundo especialistas, com a alta da moeda no início da semana, não havia necessidade de o Banco Central atuar no mercado.
– Havia hoje expectativa sobre os números nos Estados Unidos, mas os indicadores, que poderiam trazer impacto sobre os juros, mostraram equilíbrio. O que parece é que os mercados emergentes não devem ser afetados com a saída de recursos e a moeda americana voltará a sua tendência natural – disse Hélio Osaki, analista do Banco Rendimento.
Para ele, o Banco Central vai continuar com a sua política gradualista de alta dos juros. A próxima reunião do Federal Reserve, o Banco Central americano, está marcada para o final do mês de março, nos dias 27 e 28. A taxa de juros nos Estados Unidos está atualmente em 4,5%. A especulação sobre novas altas começou por conta da reativação da economia americana.
Foram gerados nos Estados Unidos em fevereiro 243 mil postos de trabalho (contra 170 mil em janeiro), acima da expectativa de 210 mil feita por analistas de Wall Street. A taxa de desemprego do país no mês passado aumentou de 4,7%, contra 4,8% esperados. Segundo o Departamento de Trabalho dos EUA, a hora média paga também atingiu a maior alta anual em quatro anos e meio. A preocupação agora fica com a inflação, já que salário mais alto indica maior consumo e preços mais elevados.
AGÊNCIA O GLOBO