| 06/03/2006 17h14min
O Fórum Terra, Território e Dignidade, evento paralelo à Segunda Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, foi aberto hoje com críticas ao que configuraria o modelo neoliberal de agricultura, que privilegia as exportações agrícolas. Esse modelo daria prioridade ao comércio agrícola internacional em detrimento ao desenvolvimento local.
Agricultores apresentaram uma pequena peça teatral que retratava as organizações internacionais como Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional a serviço do capital internacional.
A representante no Brasil da Via Campesina, Irma Ostroski, pediu desculpa aos representantes do Haiti pela presença das tropas brasileiras naquele país.
– As tropas brasileiras no Haiti não é uma decisão do povo brasileiro – ressaltou Irma.
No discurso, ela criticou o modelo de reforma agrária voltado para os interesses do agronegócio:
– Nos últimos 15 anos, a maioria dos governos aderiu ao
neoliberalismo, e essa adesão colocou os nossos países numa situação de submissão total aos interesses do capital financeiro internacional.
O representante do Comitê Internacional de Planejamento para Soberania Alimentar (CIP), órgão articulador do fórum paralelo, Antônio Honorate, lembrou que os camponeses querem uma reforma agrária voltada para o desenvolvimento rural dos pequenos agricultores, independente do modelo estabelecido pelos organismos internacionais de financiamentos.
A cerimônia de abertura do Fórum Terra, Território e Dignidade contou também com a participação do ministro da Reforma Agrária, Miguel Rossetto, e do representante órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o iraniano Parvis Koohafkan.
O evento foi realizado no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre, no mesmo local onde será realizada a Segunda Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento
Rural.