| 15/04/2002 22h50min
Os agricultores familiares de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estiveram reunidos nesta segunda-feira, dia 15, em Chapecó, oeste catarinense, no Fórum Sul de Combate à Seca. O secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Angelo Menegat, também participou do encontro. Entre as principais decisões está a solicitação ao governo federal de R$ 742,5 milhões para auxiliar as famílias atingidas pela estiagem. A Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) vai pedir uma reunião com o governo dos dois estados e com o presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir ações efetivas.
Segundo o coordenador da Fetraf-Sul, Dirceu Dresch, o repasse de R$ 742,5 milhões solicitados beneficiaria 250 mil famílias, sendo 60 mil em Santa Catarina e 190 mil no Rio Grande do Sul. Deste total, R$ 600 milhões seriam da concessão de 2,4 mil, em 12 parcelas mensais, para cada família atingida. O valor restante seria da anistia das dívidas de custeio e investimento do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).
O coordenador-adjunto da Fetraf-Sul, Eloir Griseli, estima que as perdas com a estiagem já chega a R$ 1 bilhão nos dois estados. Em Santa Catarina o último levantamento do Instituto de Economia Agrícola (Cepa), apontou perdas de R$ 157,6 milhões. No entanto, não estão computadas ainda as perdas da safrinha, que também são significativas. Dirceu Dresch afirmou que o governo federal não tomou as medidas necessárias para a seca e nem cumpriu as que tinha prometido.
Outro tema discutido no fórum foi o êxodo rural. Atualmente, no extremo-oeste catarinense, ele é de 6% ao ano, e a expectativa é que esse número dobre com os problemas da seca. Os Movimentos Sociais e a Central Única dos Trabalhadores estão preparando uma mobilização para o dia 1º de maio, caso as negociações não avancem.