| 01/02/2006 16h38min
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) compareceu nesta hoje à sessão do Conselho de Ética para negar notícia de que tem articulado, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), uma operação de salvamento de seu mandato. Enquanto os conselheiros protestavam da demora da CPI dos Correios em repassar documentos para conclusão dos processos, João Paulo pediu a palavra para se defender.
João Paulo admitiu que se encontra freqüentemente com Renan e Mercadante, mas para tratar de outros assuntos.
– Estou quieto na minha sala, acompanhando em silêncio o processo no meu canto. O que quero é que isso termine logo. Não vou me envolver em nenhuma manobra. Vou pedir votos sim, porque sou inocente. Mas quem vai me julgar é o plenário e o meu eleitorado de São Paulo, não sei se em eleições majoritárias ou para deputado – disse João Paulo.
O relator de seu caso, César Schirmer (PMDB-RS), aproveitou para reclamar que até hoje não pôde concluir a instrução do processo porque está aguardando documentos. O deputado espera a chegada da quebra dos sigilos de Marcos Valério, cópia de conta da TVA paga no Banco Rural na época do saque e cópia de bilhete de passagem da secretária do ex-presidente paga por Valério.
– Hoje conversei com o senador Delcidio e ele prometeu tomar providências. Já esperei 75 dias. Poderia ter encerrado esse processo em novembro. Mas até terça-feira eu encerro, com ou sem esses documentos – prometeu Schirmer.
A doença de Janene acabou emperrando também o processo de Pedro Henry (PP-MS), que o arrolou como testemunha. O relator Orlando Fantazzini (PSOL-SP) disse que também encerra o processo na semana que vem.
AGÊNCIA O GLOBO