| 18/01/2006 22h09min
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que o Copom perdeu a chance de reduzir mais fortemente a Selic para estimular a economia. Segundo ele, o Banco Central está pondo em risco o desempenho da economia em 2006.
– No segundo semestre do ano passado, o desempenho da economia foi pífio e estão pondo em risco o de 2006. Economia de sucesso é aquela que, com sua obsessão pelo crescimento, multiplica empregos e gera renda. Além disso, amplia as oportunidades de inclusão e ascensão e torna a sociedade mais equilibrada, suprida em suas necessidades básicas e, portanto, mais feliz – disse Skaf, por meio de nota divulgada nesta noite de quarta-feira.
Boris Tabacof, diretor do departamento de economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), disse que o BC optou pela redução de apenas 0,75 ponto percentual da Selic apesar de a produção industrial estar desacelerando e os preços administrados estarem com reajustes menores este ano, por conta dos resultados dos índices gerais de preço em 2005.
– É pouco uma vez que o número de reuniões ao longo do ano caiu para oito. Para que a economia respondesse com maior rapidez, precisaríamos de uma redução de pelo menos 1%. Mas o BC adotou mais uma vez uma postura conservadora – disse Tabacof.
Segundo ele, o fraco ritmo da produção industrial no último trimestre de 2005 corre o risco de se repetir nos primeiros meses de 2006. Ele afirmou que a indústria espera que a taxa de juros real no Brasil "alcance patamares civilizados". – Reduções mais significativas geram um fio de esperança nas decisões empresariais, principalmente aquelas com respeito ao investimento, único instrumento capaz de promover o desenvolvimento do país – comentou.
AGÊNCIA O GLOBO