| 16/01/2006 17h50min
O saldo da balança comercial de Santa Catarina alcançou um recorde histórico em 2005, com superávit de US$ 3,398 bilhões. O Estado exportou US$ 5,584 bilhões e importou US$ 2,186 bilhões.
Em comparação com a última década, o saldo da balança catarinense cresceu 142%. Em 1996 o superávit foi de US$ 1,4 bilhão.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Alcantaro Corrêa, os dados mostram que nos últimos anos sempre houve crescimento no saldo da balança.
No entanto, na comparação entre 2005 e 2004, o superávit do Estado foi de apenas 1,6%, 20 vezes menos do que o nacional, que atingiu 33%. A explicação seria a diferença no perfil dos produtos exportados.
Enquanto o desempenho nacional foi beneficiado pela alta nos preços internacionais de commodities agrícolas e minerais (o minério de ferro, por exemplo, subiu 70%), Santa Catarina tem uma pauta focada em itens industrializados, que sentiram mais os efeitos da desvalorização do dólar.
Outro dado ruim é que as importações cresceram 44,9%, mais do que as vendas ao exterior, cujo aumento foi de 15,05%. O resultado deve-se à compra de matérias-primas para a indústria plástica e de malte, insumos que não são produzidos em quantidade suficiente no país.
A combinação desses fatores fizeram com que Santa Catarina perdesse a sexta posição no ranking dos exportadores. Com 4,72% do valor total nacional, o Estado foi ultrapassado pelo Espírito Santo, que investiu bastante em um programa de benefícios para incentivar o embarque de produtos pelos seus portos e aeroportos, e a Bahia, cujos setores de autopeças e petroquímico cresceram significativamente.
Entre os 10 produtos mais exportados, a única alteração foi a entrada do fumo no lugar dos refrigeradores. A exportação do produto agrícola subiu 62%, atingindo US$ 209 milhões, beneficiada pelas fumageiras gaúchas, que aumentaram a utilização da infra-estrutura dos portos catarinenses.
DIÁRIO CATARINENSE