| 11/01/2006 18h28min
O dólar surpreendeu boa parte do mercado financeiro nesta quartaao ganhar fôlego no período da tarde e fechar na máxima do dia. A moeda americana subiu 1,02% e terminou o dia valendo R$ 2,282 na compra e R$ 2,284 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia 2,22% às 17h, com 35.827 pontos.
Este foi o segundo dia seguido de alta do dólar. O noticiário permaneceu positivo, mas os bancos continuaram a promover ajustes, reduzindo posições "vendidas" no mercado futuro (apostas na queda do dólar). A alta se intensificou à tarde, depois das já tradicionais compras do Banco Central nos mercados à vista e futuro. No leilão de swaps reversos, foram vendidos contratos equivalentes a US$ 416 milhões.
– O mercado continuou a ajustar posições, mas desta vez houve um pouco mais de instabilidade e estresse. Com a proximidade da reunião do Copom, as instituições estão reduzindo as posições "vendidas" – disse José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
O analista lembra que é comum o mercado de câmbio se ajustar vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) quando a expectativa é de baixa. Neste mês, quando se discute um aumento no ritmo dos cortes de juros, afirma, os ajustes podem ser maiores.
Apesar dos ajustes, o cenário geral não mostra motivo para uma inversão brusca na tendência do dólar. O risco-país opera nas suas mínimas históricas e os setores público e privado estão captando recursos no exterior.
As projeções dos juros negociadas no mercado futuro fecharam em baixa pelo terceiro dia seguido, com o mercado se ajustando para a reunião do Copom. A frustração com a produção industrial de novembro continuou a incentivar apostas em um corte maior na taxa Selic, de 0,75 ou até mesmo 1 ponto percentual. Por outro lado, a inflação medida pelas primeiras prévias do IGP-M e do IPC-Fipe de janeiro mostrou aceleração, o que em tese aumenta a cautela do mercado e do Banco Central.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril fechou com taxa de 17,22% ao ano, contra 17,23% do fechamento de terça-feira. O DI de janeiro de 2007 teve a taxa reduzida de 16,15% para 16,13% anuais. A taxa de abril do ano que vem terminou o dia a 15,93%, contra os 15,95% anteriores. A taxa Selic é hoje de 18% ao ano.
AGÊNCIA O GLOBO