| 09/01/2006 14h46min
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), confirmou hoje a conclusão, ainda nesta semana, de relatórios finais sobre a cassação de outros quatro deputados acusados de terem recebido dinheiro das contas do empresário Marcos Valério. Os relatórios referem-se aos deputados: Professor Luizinho (PT-MG), Pedro Corrêa (PP-PE), Roberto Brant (PFL-MG) e Wanderval Santos (PL-SP). Izar rebateu as críticas de que o Conselho não estaria trabalhando nos processos contra os 11 deputados acusados, apesar da convocação extraordinária.
– Ficamos engessados porque a leitura, a discussão e a votação de cada processo determinado dependem da realização de cinco sessões do plenário. Como não ocorreram sessões plenárias, não pudemos prosseguir com os trabalhos, apenas concluir os relatórios finais e ficar aguardando o Plenário da Casa – explicou. Segundo Izar, o Conselho de Ética defendeu, desde o início dos debates sobre o assunto, uma convocação extraordinária sem remuneração extra e com pleno trabalho no Plenário logo depois da semana do Natal. Dessa forma, acredita, os trabalhos poderiam ter avançado mais. Ricardo Izar manifestou preocupação com os boatos de que estaria sendo articulado um "acordão" para inocentar os deputados acusados. Para tratar do caso, ele tem audiência marcada com o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que denunciou tal acordo. O presidente do Conselho garantiu que, se houver indícios claros, os “fatos e envolvidos” serão denunciados. O parlamentar admitiu haver pressões sentimentais, e até violentas, sobre os membros do Conselho para aliviar as penas dos deputados envolvidos. – Para contornar a situação, vamos procurar as lideranças partidárias e as bancadas de deputados para garantir que a tradição da Casa seja cumprida, ou seja, que o que for resolvido no Conselho de Ética, o Plenário ratificará – adiantou Ricardo Izar. AGÊNCIA SENADO