A pedra que furou o pneu dianteiro esquerdo do caminhão Tatra de André Azevedo no final da etapa especial de segunda do Rali Dacar causou mais estragos que o esperado. Durante a noite, no acampamento em Er-Rachidia, no Marrocos, os mecânicos Ronaldo Pinto e Mira Martinec constataram que parte do eixo dianteiro entortou. A equipe trabalhou intensivamente durante toda a madrugada. André largou normalmente na manhã desta terça, mas precisou pilotar numa tocada bem mais leve, menos agressiva.

– É uma pena. Vínhamos bem e isto pode nos custar a vitória – lamentou o piloto.

O Tatra do trio formado por André Azevedo, Maykael Justo e Mira Martinec já vinha apresentando problemas no câmbio.

– Fizemos toda a etapa sem a terceira e a quarta marchas – contou André.

Nesta terça-feira, eles completaram o percurso de 386 quilômetros cronometrados em 5h46min16s, 49 minutos atrás do líder Vladimir Chagin (que venceu as quatro etapas e disparou na liderança entre os Caminhões). Na classificação geral, André caiu uma posição, estando agora em quarto lugar.

Nos carros, a dupla Klever Kolberg e Eduardo terminou a etapa Er-Rachidia e Ouarzazate em 4h55min49s, ficando na 25º colocação. Na classificação geral, o Mitsubishi Pajero da equipe brasileira subiu uma posição, de 25º para a 24º posição.

Quem saiu vencedor da quarta etapa foi o espanhol Carlos Sainz, o mesmo que havia ganho as duas primeiras etapas européias do Dacar, para depois se perder no Marrocos e chegar em 12º lugar na terceira etapa, confirmando os comentários de que o bicampeão do circuito WRC de rali sofreria bastante no deserto. Como que para calar os críticos, porém, Sainz deu um show na etapa desta terça-feira, cravando o tempo de 3h52min48s e reassumindo a liderança do Dacar 2006 entre os carros.