| 16/03/2002 12h48min
Depois de 10 dias examinando as contas públicas na Argentina, integrantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) deixaram nessa sexta-feira, dia 15, o país sem garantir o empréstimo tão esperado pelo governo. O diretor de Operações Especiais do Fundo, Anoop Singh, informou que continuará nas próximas semanas o trabalho de preparação das “negociações de um novo programa” para a Argentina.
O presidente argentino Eduardo Duhalde disse que o governo cumpriu a maioria das exigências impostas pelo FMI, mas alertou que algumas condições não poderão ser cumpridas no curto prazo devido ao risco de aprofundar a crise no país. Duhalde apontou, por exemplo, que não pode resgatar, no momento, bônus emitidos pelas províncias para o pagamento de servidores públicos.
Os títulos somam US$ 1,83 bilhão. Para resgatar os papéis, sem lastro, o governo precisaria emitir pesos, o que causaria inflação. Duhalde tenta desbloquear US$ 9 bilhões que restam de um acordo de US$ 21 bilhões, assinado em dezembro de 2000. Cerca de 20 mil lojas na Argentina fecharam nos últimos 15 dias devido à crise econômica, publicou o jornal Clarín. Já foram eliminados 62,5 mil empregos desde o começo do ano no setor de varejo e atacado.
Em 2001, 60 mil estabelecimentos encerraram seus negócios. Manifestantes de várias partes do país se encontraram ontem em Buenos Aires, na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, para exigir comida e trabalho. Eles saíram de três regiões do país no dia 11. O desemprego atinge 22% da população economicamente ativa, cerca de 3,3 milhões de pessoas.