| 15/12/2005 15h48min
A polícia da Itália deteve hoje três pessoas em Vicenza, no norte do país, acusadas de falsificar documentos para permitir que jogadores brasileiros obtivessem a cidadania italiana e pudessem atuar no campeonato de futsal local ou na segunda divisão da Espanha.
Os detidos são o empresário brasileiro naturalizado italiano Gerson Aparecido de Souza Carlotto, à frente de um escritório, o representante esportivo argentino Javier Domingo Rebosio, que cuida dos interesses de jogadores do Brasil, e o policial Soccorso Cresta, atualmente no escritório de passaportes de Vicenza.
Um total de 10 brasileiros teria se aproveitado deste esquema. A polícia já realizou várias buscas em clubes de futsal das regiões italianas de Lazio, Palestrina, Ariccia e Arzignano.
Segundo a polícia, o escritório comandado por De Souza iniciava nas prefeituras locais procedimentos para que os brasileiros obtivessem a cidadania italiana, com base na norma "jure sanguini" – caso a pessoa tenha um antepassado italiano que deixou o país e nunca renunciou à sua nacionalidade.
Com isso, o escritório buscava nomes similares aos dos jogadores, construindo uma árvore genealógica que lhes permitia obter o reconhecimento de parte do prefeito da cidade em questão. O próximo passo, supostamente com a cumplicidade do policial, era a obtenção do passaporte italiano, condição essencial para poder atuar como jogador da União Européia (UE) em clubes da Segunda divisão espanhola de futsal ou nos da Itália.
AGÊNCIA EFE