| 14/12/2005 13h53min
O presidente do Irã, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, disse hoje que o Holocausto é um mito e voltou a sugerir que se transfira o Estado de Israel à Europa ou aos EUA. Em comício na província meridional de Sistan-Baluchistan, o polêmico dirigente insistiu, além disso, em seu desafio à comunidade internacional e ressaltou que seu país não recuará em suas ambições nucleares.
O presidente iraniano já havia feito a proposta na semana passada, durante a cúpula da Organização da Conferência Islâmica, realizada na Arábia Saudita. Na segunda-feira, voltou a expressar suas dúvidas sobre a existência do Holocausto e sugeriu que, se aconteceu, seriam os europeus e americanos que deveriam assumir as conseqüências.
Sua hostilidade contra o Estado de Israel veio à tona em outubro, quando resgatou a idéia do aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã, e parafraseou sua descrição de Israel como "um tumor canceroso que deve ser erradicado".
Suas palavras despertaram a reprovação da comunidade internacional e levaram Israel a ameaçar iniciar os trâmites para pedir a expulsão do Irã da ONU. Em seu pronunciamento, Ahmadinejad insistiu na política de confronto com o Ocidente empreendida a respeito das aspirações nucleares de seu país.
Os EUA, país que acusa o Irã de ocultar um programa para a aquisição de um arsenal de armas atômicas, pressionam para que o conflito supere o campo de responsabilidade da AIEA e chegue ao Conselho de Segurança da ONU, organismo com poder para sancionar.
AGÊNCIA EFE