| 13/12/2005 19h12min
Depois de uma manhã de instabilidade, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se firmou e bateu novo recorde histórico de pontos nesta terça-feira. O Índice Bovespa terminou o dia em inéditos 33.419 pontos, com alta de 1,36%. O total de negócios na bolsa paulista somou R$ 1,729 bilhão. Mais de um fator contribuiu para o bom desempenho do mercado. O principal foi o mercado americano, que embalou uma tendência de alta depois da reunião do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. O Fed elevou a taxa americana em 0,25 ponto percentual, como esperado. A novidade é que, em seu comunicado, a instituição sinalizou a possibilidade de acomodação dos juros básicos americanos, o que beneficia os mercados acionários locais e também nos países emergentes.
O outro destaque do dia foi a notícia de que o Brasil vai antecipar o pagamento dos US$ 15,5 bilhões que deve ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A notícia foi muito bem recebida no mercado de ações.
As ações da Petrobras enfrentaram volatilidade. Declarações do presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, sobre autosuficiência da produção e independência dos preços internacionais levaram o mercado a prever queda nos preços e as ações caíram. A recuperação aconteceu após a estatal garantir a manutenção da política atual de preços. Petrobras PN e ON fecharam em alta de 0,68% e 0,82%, respectivamente.
As ações preferenciais da Varig fecharam em alta de 9,93%, em reação à proposta do empresário Nelson Tanure para a Fundação Rubem Berta, a fim de assumir o comando da companhia aérea. Entre as 57 ações do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Sadia PN (+4,80%) e Brasil Telecom PN (+4,22%). As quedas mais significativas do índice foram de Contax ON (-2,31%) e Bradesco PN (-0,93%).
Já o dólar, acumula alta de 4,04%, em cinco dias consecutivos de alta. A moeda americana ameaçou romper esse ciclo nesta terça-feira, mas voltou a sofrer pressão e fechou em alta de 0,22%, a R$ 2,263 na compra e R$ 2,265 na venda. O Banco Central permaneceu firme na ponta de compra de dólares, recolhendo os recursos trazidos pelos exportadores ao país.
Para os operadores, o Banco Central deverá interromper os leilões de "swap reverso" na próxima semana, considerada a última semana útil do ano. A interrupção se daria justamente devido ao estreitamento da liquidez. As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa nesta véspera da definição sobre os juros básicos da economia. Os negócios com contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) projetaram aposta quase unânime em um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, hoje de 18,50% ao ano.
Os índices de inflação divulgados recentemente trouxeram alívio ao mercado, por indicarem desaceleração do ritmo de reajustes de preços. Na segunda-feira, o IPC-Fipe e o IGP-M mostraram desaceleração em suas primeiras prévias de dezembro. Ainda assim, o mercado aposta na manutenção do conservadorismo do Comitê de Política Monetária (Copom).
O DI com vencimento em abril do ano que vem fechou com taxa de 17,40% ao ano, contra 17,43% do fechamento de segunda-feira. O vencimento de outubro terminou o dia com taxa de 16,67% anuais, frente aos 16,69% anteriores. A taxa de janeiro de 2007 recuou de 16,56% para 16,51% anuais.
AGÊNCIA O GLOBO