| 13/12/2005 17h12min
Pressionado para acelerar o ritmo de corte das taxas de juro, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pediu hoje "paciência". Segundo ele, a redução tem que ser feita tendo em vista, primeiro, o comportamento da inflação.
– Se é verdade, e é verdade, que o controle da inflação tem um custo para o país, a inflação tem custos ainda maiores – disse o ministro, depois de se reunir por mais de duas horas com representantes das principais montadoras instaladas no país.
Palocci disse que é natural que exista ansiedade e cobrança para um corte mais forte dos juros. Segundo ele, isso "faz parte do debate". Mas ele ressaltou que a política monetária em vigor está surtindo resultados positivos.
O ministro citou como exemplo a decisão anunciada nesta terça-feira de antecipar o pagamento de US$ 15,5 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Pelo cronograma normal, esse pagamento deveria ser feito ao longo de 2006 e 2006. O ministro disse que isso foi possível por causa do aumento das reservas internacionais, que somam mais de US$ 50 bilhões, e ao resultado expressivo do saldo comercial.
– Esta é uma medida no sentido de continuar melhorando o ambiente econômico no país e garantir condições mais fortes para o crescimento – disse Palocci, acrescentando que, com a antecipação do pagamento ao FMI, o governo vai economia US$ 900 milhões em juros.
Perguntado sobre as declarações do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, – de que o governo não teria projeto de longo prazo para o país – Palocci respondeu que vai procurar Furlan para dizer "não perder o ânimo".
– Vi as declarações no jornal. Só fiquei preocupado de o ministro Furlan se confessar um pouco desanimado. E ele é o Às de Ouro do governo – disse Palocci.
Durante o encontro com representantes das montadoras, o ministro traçou cenário positivo para a economia, vislumbrando a recuperação do PIB neste quarto trimestre, e repetiu que a tendência é de queda dos juros nos próximos meses.
Palocci ouviu ainda queixas dos empresários sobre a valorização do real frente ao dólar (câmbio), mas evitou se comprometer com alterações na política cambial.
AGÊNCIAS O GLOBO E BRASIL