| 12/12/2005 22h16min
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou hoje que o juiz Luiz Roberto Ayoub recebeu e está analisando a oferta apresentada pelo empresário Nelson Tanure, proprietário da Doca Investimentos, para a compra de 25% das ações da Varig. A proposta do empresário, que atualmente administra os jornais Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, prevê a gestão da companhia aérea e uso da marca por 10 anos.
O fechamento do negócio depende agora do aval do juiz Luiz Roberto Ayoub, que é o responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia. Paulo Marinho, diretor do grupo de Tanure, confirmou que a empresa fechou um acordo com a Fundação Rubem Berta - que detém o controle da Varig - para comprar um quarto das ações ordinárias por US$ 112 milhões.
A Docas também se dispõe a pagar mais US$ 139 milhões pela VEM e pela VarigLog, subsidiárias da companhia aérea (esse valor é superior ao oferecido pela portuguesa TAP, de US$ 62 milhões). O anúncio de que Tanure está prestes a assumir o controle da Varig foi feito após várias reuniões do empresário em Brasília.
Tanure e o presidente do conselho da Fundação Ruben Berta, Cesar Cury, além de outras seis pessoas ligadas à Varig, tiveram reunião nesta tarde com o ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar. Depois, o grupo foi até a Infraero, empresa que administra aeroportos no Brasil e é uma das credoras da Varig. O objetivo das visitas às autoridades seria o de comunicar que Tanure fez proposta formal para assumir a gestão da companhia aérea.
O plano de reestruturação da Varig tem de ser concluído, aprovado e posto em prática até o dia 8 de janeiro. Essa é a data final da proteção contra execuções judiciais. A empresa obteve prazo de 180 dias a partir da publicação de seu enquadramento na Nova Lei de Falências no Diário Oficial da União, em 12 de julho. Vencido o prazo, a Varig está sujeita a todo e qualquer tipo de ação na Justiça que pode atrapalhar ou até inviabilizar sua operação.
A eventual falência da Varig só poderá ser decretada se o plano de reestruturação for rejeitado pelos credores em assembléia. A falência acarreta no encerramento das atividades da Varig. Eventualmente, a companhia pode solicitar a continuidade do negócio, se houver condições.
AGÊNCIA O GLOBO