| 12/12/2005 18h27min
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou hoje uma nota intitulada Por um salário mínimo digno, na qual defende um reajuste para R$ 400 em 2006. A entidade afirma que a possibilidade de um salário mínimo acima de R$ 321, previsto na proposta de orçamento enviada pelo governo ao Congresso, já é uma vitória da mobilização dos trabalhadores. Segundo a nota, se não fosse a II Marcha Nacional do Salário Mínimo, que chegou a Brasília em 29 de novembro, as discussões no Congresso não teriam chegado a um valor entre R$ 350 e R$ 400.
A nota, assinada pelo presidente da CUT, João Antônio Felício, exige que até o próximo ano seja apresentado um projeto de valorização permanente do salário mínimo, a ser adotado como política de Estado, acima de posições políticas ou orientações econômicas. A entidade afirma perseguir o salário preconizado pelo Dieese, estimado atualmente em R$ 1.458,42, “mas, em lugar de fazer dessa justa luta um mero palanque, damos-lhe consistência e
nossa parcela de esforço
para torná-la realidade".
A nota lembra que isso ocorreu também em 2004, "quando a pressão do movimento sindical impediu que o salário mínimo estacionasse em R$ 260, como sinalizado pelo governo" e atingisse os R$ 300 atuais. A entidade lembra que pressionou o governo, contrariando as orientações de técnicos da equipe econômica do governo.
Segundo a CUT, outro resultado das mobilizações dos trabalhadores foi a mudança do calendário político sobre o salário mínimo. "Hoje, a questão é debatida antes de a peça orçamentária da União ser votada. Antes, o assunto era postergado para março e abril, pouco antes da tradicional data em que o reajuste do mínimo é anunciado - 1º de maio - quando pouco espaço havia para avanços. Entrava então em cena a demagogia de muitos que jamais contribuíram para dignificar o salário mínimo", afirma a entidade.