| 09/12/2005 10h50min
De olho nas operações financeiras do valerioduto, a CPI dos Correios decidiu ontem investigar até mesmo a atuação do Banco Central (BC). Integrantes da CPI desconfiam que diretores do BC podem ter interferido nos processos de apuração para impedir possíveis punições ao Banco Rural, que concedeu empréstimos ao empresário Marcos Valério de Souza, operador do valerioduto.
A suspeita sobre o BC surgiu a partir do depoimento do ex-superintendente do Rural Carlos Godinho, ontem, à CPI. Godinho disse que os empréstimos concedidos à SMP&B, agência de publicidade de Valério, foram feitos para não serem pagos. Ele afirmou também que o BC tinha informações suficientes para detectar irregularidades nos empréstimos. Entre setembro de 2004 e agosto de 2005 o Rural passou por fiscalização do BC.
O relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR), vai pedir que todos os procedimentos de fiscalização feitos pelo BC em relação ao Rural sejam repassados à comissão.
De acordo com Godinho, os empréstimos de Valério junto ao Rural seriam operações de crédito para mascarar o ingresso de recursos. As quantias movimentadas pela SMP&B seriam 10 vezes superior aos rendimentos da empresa, o que seria um indício de lavagem de dinheiro. O Rural ignorou os alertas que apontavam riscos nas operações.
ZERO HORA