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 | 05/12/2005 18h52min

MP pede bloqueio de bens dos denunciados no caso da cueca

Dinheiro seria proveniente de propina paga por consórcio para obter empréstimo

O Ministério Público Federal pediu hoje a indisponibilidade dos bens de todos os 12 denunciados em uma ação civil por ato de improbidade administrativa. De acordo com os promotores, a origem do dinheiro apreendido na cueca do ex-dirigente do PT no Ceará José Adalberto Vieira da Silva era propina paga pelo consórcio Sistema de Transmissão do Nordeste (STN). O dinheiro seria usado para obter facilidades no recebimento de um empréstimo de R$ 300 milhões do Banco do Nordeste do Brasil.

Foi pedida a indisponibilidade dos bens dos cinco diretores do BNB, inclusive do presidente Roberto Smith e do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT), irmão do ex-presidente nacional do PT José Genoíno. Poderão ainda ter os bens bloqueados as empresas denunciadas: STN, Alusa (que integra o consórcio) e Emphase Projeto Investimento e Consultoria.

O pedido deverá ser julgado ainda nesta semana pelo juiz titular da 10ª Vara da Justiça Federal, Alcides Saldanha Lima. Os bens do ex-assessor especial da presidência do Banco, Kennedy Moura Ramos, de José Adaberto e da mulher dele, Raimunda Lúcia, já estavam indisponíveis por força de uma liminar. Na ação, o MP pede para que a indisponibilidade seja mantida.

Hoje será julgado no 5º Tribunal Regional Federal em Recife um agravo impetrado pelo ex-dirigente do PT que pede a revogação do efeito da liminar. Para o MP, Kennedy Moura seria o responsável pelo ato ilícito, enquanto o deputado José Guimarães é apontado como possível beneficiário pela ligação que tinha com José Adalberto, então seu assessor parlamentar. A ação afirma que, "se não há prova direta e cabal contra o deputado Guimarães, há indícios que podem apontar para sua participação nesse evento". José Adalberto foi preso no dia 8 de julho com US$ 100 mil na cueca e R$ 209 mil em uma mala.

- Nunca vi ninguém pagar por terceiros sem que haja provas para isso. O Ministério Público não pode propor ação com base em possibilidades. Refuto peremptoriamente qualquer envolvimento meu nesse caso - reagiu o deputado petista que disse estar perplexo.

AGÊNCIA O GLOBO
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