| 01/12/2005 18h21min
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, admitiu o efeito da crise política sobre as expectativas dos consumidores e dos empresários. O ministro também reconheceu que a política monetária pode ter reflexos negativos sobre o crescimento do país, mas voltou a defender o rigor monetário em relação aos juros para o controle da inflação.
- No dia de ontem, tivemos uma notícia ruim para a economia. Não há estabilidade sem custos, controlar a inflação tem custos - disse Palocci.
Apesar da queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre, anunciada nesta quarta-feira pelo IBGE, Palocci previu uma retomada do crescimento no quarto trimestre do ano.
- Teremos um novo trimestre já indicando retomada do crescimento - afirmou. O ministro também disse ser legítima a discussão sobre a dose do "remédio" juro, mas considera incontestável a necessidade de controlar a inflação. "Uma coisa é discutir a flexibilidade do grau de ação. Outra coisa é discutir outras políticas" que, segundo Palocci, não funcionaram no passado.
O ministro disse que as indicações de queda nas expectativas de investidores e consumidores já vinham aparecendo antes da divulgação do PIB. Segundo ele, a forte queda no consumo de bens duráveis e do investimento ilustram isso.
- A crise política abalou fortemente as expectativas, houve um impacto da crise sobre as decisões de investimento e consumo, mas isso está se revertendo - afirmou.
Palocci se referiu à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, como companheira e negou que sua defesa da política monetária como a melhor forma de combater a inflação seja uma crítica à ministra.
AGÊNCIA O GLOBO