| 29/11/2005 19h05min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta terça, dia 29, que as negociações comerciais da rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), que será realizada em Hong Kong, estão atravessando um momento muito delicado devido à posição da União Européia de não abrir mão de seus subsídios agrícolas.
Durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional o ministro assinalou que o principal objetivo do Brasil e dos países emergentes é eliminar os subsídios agrícolas ou reduzi-los substancialmente. Segundo Amorim, a rodada de negociações corre o risco de fracassar se a União Européia não modificar sua posição quanto aos subsídios.
– Sem a agricultura, a rodada não avança.
O ministro lembrou que os Estados Unidos já estão aceitando reduzir bastante e até eliminar subsídios para a produção agrícola de exportação, mas não para os produtos voltadas ao mercado interno. Amorim qualificou de relevante, mas insuficiente, o movimento norte-americano de "reduzir o cheque que dão aos seus agricultores."
O ministro enfatizou que a grande distorção do comércio internacional são os subsídios agrícolas europeus, que perpetuam "os remanescentes do feudalismo". Ele acrescentou que, "enquanto não foram eliminados esses remanescentes, os países emergentes não conseguirão resolver seus problemas de desemprego, fome e pobreza".