| 24/11/2005 21h19min
Diante da falta de consenso para votar seu relatório, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) concordou em incluir no texto o depoimento do ex-tesoureiro do PSDB Carlos Mourão, que admitiu que o empresário Valério pagou despesas da campanha à reeleição do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998.
Fruet informou também que vai incluir ainda os depoimentos do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares e do publicitário Duda Mendonça, que dão detalhes sobre o caixa dois do PT, identificando diretórios do partido beneficiados pelos recursos sacados das contas de Valério, como os do Pará, Distrito Federal, Minas, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, e pagamentos de campanha feitos no Exterior. E advertiu: – Se a questão é discutir caixa dois, vou incluir todos. Vale lembrar que o crime eleitoral cometido pelo senador Azeredo já está prescrito, já os cometidos em 2002 e 2004 não. A CPI dos Correios foi obrigada a adiar para a quinta da próxima semana a votação do relatório de Fruet sobre a movimentação financeira de Marcos Valério e suas empresas. Irritado com a polêmica em torno de seu relatório, Fruet pretende propor ao relator geral da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que não sejam mais apresentadas conclusões parciais das investigações. – Estou com a impressão que caí numa armadilha. Só querem discutir o que não foi incluído no texto. O meu relatório é apenas um capítulo do que estamos apurando, com base nos documentos que chegaram à CPI. Nós não recebemos até agora os dados sobre a movimentação de Marcos Valério relativa aos anos de 1998 até 2000. AGÊNCIA O GLOBO