| 22/11/2005 14h57min
O mercado financeiro brasileiro mantém os números negativos nos negócios desta tarde, com os investidores atentos ao cenário político e ao leilão de "swaps" do Banco Central. Às 14h48min, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caía 1,42%, aos 30.669 pontos. O dólar subia 1,58%, a R$ 2,255 na compra e R$ 2,257 na venda. Na máxima do dia, a cotação chegou a R$ 2,267, com alta de 2,03%.
A alta do dólar é gerada principalmente pelo leilão de "swaps" reversos do BC, o segundo desde a retomada dessa operação. O BC vendeu 10.500 contratos de swap, com vencimentos entre março de 2006 e janeiro de 2008. Os contratos representaram US$ 501 milhões. Na prática, é como se o BC tivesse comprado dólares no mercado futuro. Por conta disso é que a cotação sobe também no mercado à vista.
O cenário político é outro fator de pressão, principalmente no mercado de ações. São muito fortes os rumores de que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, já teria pedido demissão ao presidente Lula. Com isso, foi retomada a onda de especulações em torno de nomes de substitutos.
A incerteza quanto ao futuro da política fiscal e as metas de inflação leva o mercado a agir com tensão e cautela, principalmente por ser o próximo ano de eleições.
Entre as ações que fazem parte do Índice Bovespa, as maiores quedas são de Belgo Mineira ON (-4,46%) e Eletrobrás ON (-4,03%). As altas mais significativas do índice são de Tim Participações PN (+1,62%) e Petrobras ON (+0,74%).
O mercado futuro de juros também é atingido pela alta do dólar e as incertezas no cenário político. As taxas futuras operam em alta desde o início da manhã, indicando conservadorismo na queda dos juros. Nesta terça-feira começa a reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), que na quarta decidirá sobre os juros básicos da economia. A previsão é de um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, hoje de 19% ao ano.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro do ano que vem tem taxa de 17,12% ao ano, contra 17,09% do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2007 tem a taxa elevada de 17,01% para 17,05% anuais.
AGÊNCIA O GLOBO