| 18/11/2005 19h18min
O gaúcho Roberto Minuzzi já está liberado para treinar no seu clube, o Telemig Celular/Minas (MG), a partir da próxima semana. O jogador foi submetido a uma cirurgia no dia 3 de junho, devido a um aneurisma na aorta, a maior artéria do corpo humano. Uma prótese foi colocada na parte dilatada da artéria, que se origina no coração e distribui o sangue por todos os tecidos e órgãos. A recuperação do atleta tem sido muito boa.
A reabilitação de Minuzzi, até agora, foi toda feita numa academia ao lado do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, onde o jogador realizou a cirurgia com a equipe do médico José Pedro da Silva.
– Ele está indo para o quinto mês pós-cirúrgico e evoluindo cada vez mais. Já fez simulações de movimentos do vôlei e, aos poucos, será aumentado o volume de treinamento, sempre com acompanhamento médico. Ele está saindo da parte clínica para a parte atlética, mas continuará usando o holter, que é uma eletrocardiografia dinâmica de 24 horas, para que seu coração seja avaliado continuamente – informou João Olyntho, cardiologista das seleções brasileiras de vôlei.
O médico Ricardo Kortas, responsável pela reabilitação cardíaca, trata de tranqüilizar todos aqueles que acham que Minuzzi ainda corre algum risco:
– A conclusão a que chegamos é a de que o Minuzzi está apto a voltar progressivamente. Ele tem arritmias, mas não um perfil de risco. Todo mundo tem arritmia, que não se mede pela quantidade, e sim pelo perfil dela, pela instabilidade. A recuperação do atleta foi prolongada, mas tudo dentro do previsto. Não justifica mais o excesso de precaução. O Minuzzi tem que voltar ao seu habitat natural – garantiu Kortas.
Minuzzi destacou que a cirurgia foi uma grande experiência para refletir o quanto ele já conquistou na vida:
– Se fosse para eu parar de jogar vôlei, já pararia satisfeito. São apenas três anos como profissional. E foram três anos sendo convocado para a seleção, três finais de Superliga e três vezes eleito o melhor atacante. Graças a Deus, consegui muito em tão pouco tempo de voleibol. Por isso, quero voltar a jogar. Torço muito para que dê tudo certo – declarou o caxiense de 24 anos.
O jogador também se referiu à emoção de voltar a vestir a camisa da seleção brasileira:
– O simples fato de estar bem, com minha filha, passou a ser muito maior do que a vontade de voltar a jogar. Mas a seleção, por exemplo, sempre foi meu sonho. Como abrir mão disso?! Tenho certeza de que, quando voltar a vestir aquela camisa, retomarei a confiança, a emoção de jogar. Seja num ponto, num saque, num bloqueio, numa vitória...– declarou Minuzzi.