| 09/11/2005 13h40min
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pretende superar em breve as restrições impostas às carnes brasileiras em razão da ocorrência de febre aftosa no Mato Grosso do Sul.
– Estamos trabalhando 24 horas por dia para recuperar os mercados – disse o ministro Roberto Rodrigues durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
O minsitro citou o Chile, que absorvia 10% da carne de gado exportada pelo país e desde 14 de outubro não aceita mais o produto nacional.
– Vamos tentar fazer com que os chilenos limitem o bloqueio ao Mato Grosso do Sul.
Por causa dos focos da doença, 49 países suspenderam, total ou parcialmente, a entrada da carne bovina do Brasil.
Além de intensificar as negociações bilaterais para reabrir os mercados às carnes brasileiras, em especial as de bovino in natura e industrializada, Rodrigues reforçará o apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que a América Latina crie um programa de erradicação de aftosa. Ele colocará a proposta em discussão durante reunião do Conselho de Agricultura do Conesul (CAS), que se realizará quinta e sexta-feira desta semana em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Para o ministro, é preciso eliminar a doença em todo o continente, e não apenas no Brasil. Sem isso, acrescenta, o território brasileiro sempre será vulnerável à aftosa.
Na audiência promovida pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e de Fiscalização Financeira e Controle, Rodrigues também fez um relato do trabalho do Ministério para erradicar os 21 focos de aftosa em MS.
– Tomamos todas as ações recomendadas pelas normas internacionais.
Ele informou ainda que o Ministério continua esperando o resultado final dos exames das amostras coletas em animais do Paraná, onde surgiram suspeitas da doença. Até agora, porém, os diagnósticos deram negativo. Por isso, acrescentou, foram feitos novos testes para se chegar a uma conclusão segura.
Rodrigues se mostrou favorável ainda à antecipação da vacinação contra a aftosa no Rio Grande do Sul. A próxima etapa da imunização do rebanho do estado está prevista para janeiro e fevereiro de 2006, mas os pecuaristas gaúchos querem começar a vacinar o gado antes disso.
– Pessoalmente, sou a favor da antecipação, mas temos que ver isso com a área técnica – ponderou o ministro.