| 09/11/2005 09h55min
Aves migratórias que chegam ao Rio Grande do Sul procedentes do Hemisfério Norte deverão ser analisadas, por amostragem, no final do mês. Será a terceira vez que haverá no Estado o chamado inquérito sorológico, para verificar doenças como o vírus H5N1, causador da gripe aviária.
Na próxima semana, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Saúde definirão a metodologia da pesquisa, a ser realizada na Lagoa do Peixe, em Tavares e Mostardas. O exame pode ter análise de sangue e de penas das espécies migratórias. Ele vem sendo feito por precaução.
Detectada a partir de 1997, a também chamada gripe do frango já afetou 16 países, a maioria na Ásia. Os gaúchos estariam a salvo da rota de contaminação. O biólogo da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Glayson Ariel Bencke enumerou, ontem, motivos que afastariam preocupações. As aves que chegam ao Rio Grande do Sul vêm de áreas distantes das atingidas pelo vírus. São voadores de espécies costeiras, ficam na beira do mar, o que dificulta o contato com aves domésticas.
– Aves sempre têm gripe, parasitas, mas não se manifestam. Até brincamos que quem corre o maior risco é o pesquisador – disse Bencke.
O mundo está em alerta com a gripe aviária, que já matou 62 pessoas desde dezembro de 2003, segundo a Organização Mundial da Saúde. Na América do Sul, o único caso teria ocorrido na Colômbia, mas em uma versão menos agressiva. Especialista em aves, Bencke disse que o Estado também se protege ao não importar cisnes, gansos e marrecos. Ricos europeus, que gostam de comprá-los para decorar jardins, estão mais expostos.
NILSON MARIANO/ZERO HORA