| 19/02/2002 09h45min
O número de caminhões que cruzam a fronteira Brasil-Argentina caiu 70% desde que a crise no país vizinho se agravou, em dezembro, com a renúncia de dois presidentes e a decretação do congelamento de depósitos bancários. O caos político e econômico resultou em dívida de US$ 40 milhões com as empresas de transportes de carga brasileiras.
No Rio Grande do Sul, o setor estima os débitos em US$ 12 milhões a US$ 15 milhões. Os dados – extra-oficiais e baseados em estimativas de empresários do setor – são os que o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Rio Grande do Sul (Setcergs) e a Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) utilizam, em meio à carência de informações sobre o valor total dos créditos pendentes nos negócios com a Argentina.
João Pierotto, presidente do Setcergs, acredita que a situação permanecerá crítica neste ano. Segundo ele, da dívida estimada de US$ 40 milhões, não é possível precisar o percentual referente à inadimplência e a valores bloqueados no Banco Central argentino. Diretor da ABTI e do Setcergs, Luiz Alberto Mincarone revela que o BC argentino já está começando a liberar o pagamento de saldos de fretes (valores para cobrir custos das viagens, que também estavam retidos). O impasse está na dificuldade para receber o valor integral dos fretes:
– Há devedores que solicitam prazos maiores, e outros que querem câmbio pré-fixado. Nessas situações diferenciadas, nossas perdas podem ir de zero a 50%.
PEDRO DIAS LOPES