Conteúdo: unimedespacovida | 15/12/2009 20h28min
Se o desafio é superar eventuais ansiedades e angústias de final de ano e irradiar sorrisos, risos e gargalhadas conscientes e genuínos, então, dezembro testa nossa confiança. Em nós, nos outros e no desconhecido. Os quatro pontos abaixo ajudam a refletir sobre nossa capacidade de confiar.
Como surge
A capacidade de confiar se desenvolve através do relacionamento com outra pessoa e daí vai ser interiorizada formando a autoconfiança. Confiança nos outros e autoconfiança dependem uma da outra. No início da vida são confianças diferentes, porque o adulto tem mais experiência e pode garantir melhor os cuidados necessários à manutençào da vida do bebê. A formação dos “núcleos básicos de confiança” começa, de fato, nos vínculos que se vão estabelecendo entre os pais e o bebê. Na medida em que o desenvolvimento da criança avança, ela vai se tornando capaz de se cuidar e cada vez, mais pode confiar em si mesma, em suas capacidades. A partir desse
momento, as confianças em si e no
outro devem se equiparar.
Como se firma
Confiança é um sentimento que se desenvolve ao longo de um relacionamento no qual somos correspondidos pelo outro de modo satisfatório. Na medida em que repetimos a busca, e o outro corresponde, demonstrando que nos percebeu de forma realista, nos sentimos seguros, e um dos sentimentos que nasce dessa interação é a confiança. Por outro lado, se somos mal entendidos, nos sentimos inseguros e vamos desconfiar. Ao longo da vida, podemos desenvolvê-la em relacionamentos com pessoas (da família, da sociedade, da escola, amigos) ou com objetos, atividades. Mas também desenvolvemos a confiança em nossas capacidades através das atividades que exercemos sozinhos, a começar pelos nossos brinquedos quando crianças, depois com os livros, com nosso material de trabalho ou lazer.
E se estiver faltando
Se for uma insegurança leve, os bons relacionamentos ao longo da
vida podem ir restaurando a confiança. Porém, confiar se torna
mais difícil para uma pessoa cujos relacionamentos geraram decepções. A experiência de ser, por exemplo, traído gera defesas que se instalam e passam a funcionar como um escudo, uma máscara que, ao mesmo tempo, revela e protege da dor. Talvez essa pessoa necessite passar por um terapeuta, um analista, alguém que vai estar ali, no dia e na hora combinados, disposto a criar um ambiente seguro onde ela possa soltar a máscara e fazer crescer a confiança.
Por que é importante
A vida em si depende da existência de relacionamentos confiáveis. Alguém confiável significa que há bondade no mundo e dentro de nós. E que podemos sonhar e planejar a realização. Confiança e serenidade são sentimentos que indicam saúde: que os recursos pessoais receberam cuidados suficientes do meio ambiente e desabrocharam.
Fonte: Alda Oliveira, psiquiatra e psicanalista da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, e David Zimerman, médico psicanalista, membro da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP)
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