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Conteúdo: unimedespacovida  | 02/11/2009 17h30min

O bê-a-bá do estresse I

As doutoras Elizabeth Fagundes e Cibele Lucas, da Unimed/Bagé, reuniram informações detalhadas sobre o mal da vida moderna

Estresse é o resultado de uma reação que o nosso organismo tem quando estimulado por fatores externos desfavoráveis. O estresse corresponde a uma relação entre o indivíduo e o meio. Trata-se, portanto, de uma agressão e reação, de uma interação entre a agressão e a resposta, como propôs o médico canadense Hans Selye, o criador da moderna conceituação de estresse.

Doenças associadas ao estresse

O estresse pode ser causador e/ou agravador de uma série de doenças, que vão da asma às doenças dermatológicas, passando pelas alérgicas e imunológicas; todas elas relacionadas de alguma forma à ativação excessiva e prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.

Na área do sistema digestivo, é sabido que o estresse pode desencadear desde uma simples gastrite até uma úlcera. O cirurgião Alípio Corrêa Neto, da USP e da Escola Paulista de Medicina (hoje Universidade Federal de São Paulo), dizia que se alguém afirmasse, há 20 anos, que a úlcera péptica era psicossomática (leia-se somatoforme), ririam de. Hoje, se deixasse de dizê-lo, ririam dele.

É principalmente a nível de coração, ou mais precisamente, a nível das coronárias, que o estresse pode ser um matador silencioso. Uma ativação repetida e crônica do sistema nervoso autônomo, numa pessoa que já tenha problemas de lesão da camada interna das arterias coronárias (aterosclerose), provocadas por fumo, gordura excessiva na alimentação, obesidade ou colesterol elevado etc., vai levar a muitos problemas, tais como:

- diminuição do fluxo sangüineo adequado para manter a oxigenação dos tecidos musculares cardíacos (miocárdio). Isso leva à chamada isquemia do miocárdio, que é acompanhada de dores no coração (angina), principalmente quando se faz algum esforço, e até ao infarto do coração (ataque cardíaco). A adrenalina tem o poder de contrair esses vasos, agravando o problema de quem já os tem com o diâmetro reduzido pelas placas. O resultado para essas pessoas pode ser até a morte.

- Outros problemas comuns são a ruptura da parede dos vasos enfraquecidos pela placa aterosclerótica, ou a trombose (entupimento completo do vaso coronariano). Um pequeno coágulo (trombo) pode desencadear uma cascata de coagulação, que também pode levar à morte. O nível elevado de adrenalina também pode provocar alterações irregulares do ritmo cardíaco, denominadas de arritmias, que também diminuem o fluxo de sangue pelo sistema cardiovascular.

 
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